Hoje, abro um espaço de reflexão. Sobre algo que me choca
profundamente de há uns anos para cá. A total incoerência e diria eu, “ignorância”
que está envolvida no léxico e gramática portuguesa na nossa sociedade. Como
uma bomba nas redes sociais, começou a ser usado um novo tipo de dialecto onde
se criaram novas palavras como “aprendes-te” ou “vis-te” ou “há-des”.
Sinceramente, gostava de entender o que há de tão difícil de associar neste
tipo de escrita. Se as pessoas simplesmente não pensam, não querem pensar, ou
se foram mal ensinadas. Penso que há uma mescla dos três tipos. O que torna
isto arrebatador.
O chamado dialecto da segunda década do segundo milénio formou-se
devagarinho, entre o início do Facebook e o término do Hi5, onde grupos de
jovens estudantes a terminar o secundário e a entrar na faculdade transpuseram
erros gramaticais graves. E não consigo saber o que é mais grave: se a
globalização deste tipo de escrita para os ainda mais novos, se o facto de
essas primeiras cobaias do dialecto andarem a monte no mercado do trabalho a
dar erros desses no seu CV. É imperativo mudar o rumo das coisas, mas a
inclusão de um acordo ortográfico que ainda elimina mais letras das palavras
para “facilitar” a missão de quem escreve, só dificulta. Ainda para mais, o
português parece ser o único a aceitar este pseudo-acordo, quando os restantes
PALOP’s se recusaram a assiná-lo, pelo menos para já. Eu vou recusando o
acordo, enchendo de traços vermelhos o meu documento de Word, pela constante identificação de erros no meu estranho
dialecto chamado português.
Abrindo um pequeno espaço de discussão, gostaria que, quem lê os meus
textos, pudesse rever-se ou não nesta situação, argumentando perante a razão de
tamanho disparate em que a nossa escrita se tornou. E não argumentem com “ser
mais rápido” porque a versão correcta de “aprendes-te” não tem hífen, logo nem
se trata de preguiça para um caracter a menos. Obrigado.