Enigma! Algo desenhado para ser decifrado por outrem. Adoro enigmas. Fazem a mente trabalhar no sentido mais puro e mais construtivo do raciocínio. A psicanálise, o estudo do inconsciente. Até onde seremos obrigados a escavar até ao nosso inconsciente para resolvermos um enigma? Até onde ligaremos o complicómetro, quando podemos ter a resposta à frente da nossa cara? O desafio de um bom enigma passa pelo total alheamento relativo à complexidade imputada na sua construção. É essa curiosidade que dispara os nossos neurónios para umas boas horas de divertimento ou de total frustração.
Paradoxo! Divertimento ou frustração? Realidade ou fantasia? Acordar ou adormecer? Amor ou ódio? E que dois, estes. Aqui entra o discurso das “linhas ténues”. Com que razão podemos nós definir espaçamentos tão distintos entre conceitos? Da fantasia à realidade, muita água passa. Do amor ao ódio, uma gota de uma torneira mal fechada pelo senhor que não lavou as mãos como devia. Ou seja, temos aqui um paradoxo especial. Diferente de todos os outros. Porquê? Porque é mesmo assim.
Irracional! “Porque é mesmo assim?” Calminha. Clara ausência de explicação empírica e formatada, efectuada por via de relatório entregue a um superior. Ok. Não tanto. A racionalidade não implica entrega de relatórios, mas implica uma sequência lógica de pensamentos com deferimentos conclusivos e claros. Quem lê tal coisa, assume agora que a irracionalidade é um monstro peganhento e assustador. Não. A irracionalidade de muitos já fez mover muita água na melhor direcção. Irracionalidade como irreverência. Irreverência essa que explode dentro de mim neste momento, tentando decifrar o meu enigma.
O amor. Muitos já o definiram à sua maneira. Eu vou assumi-lo como um enigma eterno. O amor é o enigma que suplantará tudo e todos pelo carácter paradoxal da sua própria irracionalidade.